Revolução Francesa
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Revolução Francesa










Causas da Revolução Francesa

A França passou, após apoiar a Guerra dos Sete Anos e a de Independência dos EUA, por um período de séria crise. Os cofres estavam vazios, a produção tinha sido péssima devido a um longo período de seca, e a maioria da população vivia na miséria total.

A idéia da Revolução Francesa não tardou a vir. Partiu principalmente dos burgueses, interessados em defender não somente os seus ideais capitalistas, mas também os direitos de um povo oprimido. O contraste era enorme. De um lado milhares de pessoas sem nada para comer e ainda pagando altos impostos, e de outro uma minoria, os aristocratas, vivendo no luxo graças ao dinheiro pago pelo povo.

Quando nada pior poderia acontecer, o governo falhou novamente em um acordo com os ingleses. Isso aconteceu devido a ótima safra de vinho obtida, já que a estiagem foi procedida por um período de chuvas. Os franceses tinham interesses no mercado inglês e abriram também o seu para os produtos manufaturados ingleses, o que causou a quebra de várias empresas na França, que não podiam competir com o preço da concorrência.

Tudo isso era um incentivo aos burgueses, que viam seus ideais longe de serem postos em prática e nem mesmo a alta burguesia podia participar das decisões políticas, que cabiam aos aristocratas.

Fases da Revolução Francesa

Pré-revolucionária:

Uma forma de tentar amenizar a situação de tensão que havia entre a burguesia e os aristocratas foi convocar a assembléia dos Estados Gerais, que não se reuniam desde 1614, com o objetivo de reavaliar a situação financeira e decidir sobre quem o aumento dos tributos seria maior. Esta era composta pelos três estados: o primeiro e mais importante (mesmo que minoria), o alto e baixo clero; o segundo também importante, a nobreza de sangue e a toga, e finalmente o povo, incluindo os burgueses. É claro que havia muito mais representantes do povo e o normal seria que a opinião deles prevalecesse, levando, assim, o clero e a nobreza a pagarem impostos mais altos. O que eles não esperavam é que a votação fosse por estados (três votos), o que os levou a derrota, e mais uma vez ao aumento dos impostos.

A tomada da Bastilha:

Depois de invadirem a sala do jogo da péla e exigirem uma constituição à França, declaram formada uma Assembléia Nacional Constituinte, o povo e a burguesia ganhavam cada vez mais apoio. Tinham o exército como seu aliado, o que lhes fornecia armas, e um novo exército formado pelo povo. E no dia 14 de julho, a rebelião consumava-se. A fortaleza da Bastilha foi tomada. Lá, conseguiram mais armas e libertaram muitos presos. Depois disso, a desordem tomou conta de todo o território Francês. Saques ocorreram nos grandes castelos feudais e mercados, e junto a isso, as pessoas sentiam mais medo.

Revolucionária:

Assembléia Nacional Constituinte:

Os direitos dos trabalhadores foram restabelecidos, abolindo os privilégios garantidos aos senhores feudais. Forcado pelos revolucionários, Luís XVI assinou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Dentro dos princípios do liberalismo defendidos pela burguesia, a Constituinte eliminou a monarquia absolutista, os Estados Gerais, as ordens, os privilégios, o feudalismo. Em seu lugar instituiu a monarquia constitucional, a soberania da nação encarnada pela Assembléia, igualdade de todos perante a lei, a cidadania e a divisão dos poderes.

Agora, com os três poderes com suas devidas funções e as injustas leis sendo revogadas, a briga tornou-se pelo poder na Assembléia Nacional, agora Legislativa, com o voto censitário. Eram principalmente dois grupos políticos: os girondinos e os jacobinos. Os últimos era donos das propostas muito radicais, como nada de guerras enquanto não se resolvesse os problemas internos, entretanto, eram minoria na Assembléia.

Os conflitos externos da época eram contra as monarquias absolutistas vizinhas à França, que ameaçavam-na de invasão para impedir as medidas liberalizantes. Eles temiam que as idéias iluministas e da Revolução Francesa se irradiassem pelos seus países e, na declaração de Pillnitz, resolveram pôr suas idéias em prática.

Dentro do país, a situação fugia do controle dos girondinos. A crise financeira aumentou, assim como a inflação. Ao mesmo tempo, havia um exército formado também pelos nobres emigrados marchando pela França. Tudo isso incentivou os jacobinos a levarem armas às mãos do povo e declarar a ?pátria em perigo?.

Travou-se uma guerra entre o exército dos emigrados e o exército popular. O primeiro foi vencido quando estava às portas de Paris, e logo o rei foi acusado de traição por agir contra seu próprio país e foi declarada a República. O rei e a família real foram feitos prisioneiros.

A Convenção Nacional: Terror Jacobino

Os "sans-culottes" tomaram a Comuna de Paris (isto é, a prefeitura) e ali instalaram uma "Comuna Insurrecional", expulsando as autoridades legais e enfrentando a Assembléia Legislativa. Centenas de "suspeitos" foram aprisionados. A partir de 2 de setembro, grupos de revolucionários "sans-culottes" invadiram as celas e mataram sumariamente os presos. Em quatro dias, 1300 pessoas foram mortas, nos massacres que ficaram conhecidos como o primeiro "terror".

Os jacobinos continuavam sendo minoria nas reuniões, mas a partir de agora constituíam a ?montanha?, por sentarem-se na parte mais alta do edifício. Eles agora exigiam a decapitação do rei, como símbolo do fim da supremacia girondina na Revolução Francesa.

No dia 21 de Janeiro de 1793, Luís XVI ?perdeu a cabeça?, no sentido literal da palavra. Isso levou a formação da Primeira Coligação, de vários países europeus, preocupados com o seu futuro com a ascensão burguesa da França, e sua respectiva concorrência. Com o apoio das classes populares, o Comitê de Salvação Pública mobilizou todos os recursos da nação para vencer a forte coligação que lutava contra a França (Inglaterra, Áustria, Prússia, Rússia, Holanda, Espanha, Portugal, estados alemães e estados italianos), estabelecendo racionamento de alimentos e a convocação em massa da população para a guerra.

Com o apoio das classes populares, o Comitê de Salvação Pública mobilizou todos os recursos da nação para vencer a forte coligação que lutava contra a França (Inglaterra, Áustria, Prússia, Rússia, Holanda, Espanha, Portugal, estados alemães e estados italianos), estabelecendo racionamento de alimentos e a convocação em massa da população para a guerra.

Pressionada pela agitação dos sans-culottes, que numa nova jornada popular cercavam a Convenção exigindo pão e guilhotina para os traidores, o Comitê de Salvação Pública criou um exército revolucionário no interior para acabar com os especuladores de mercadorias, reorganizou o Tribunal Revolucionário para aumentar sua eficácia e estabeleceu o "maximum" geral, legislação que regulamentava a taxação geral dos preços e dos salários. No campo, os vestígios do feudalismo foram abolidos sem indenização e as propriedades dos nobres emigrados divididas em parcelas e vendidas aos camponeses. Essas medidas contrariavam as idéias dos líderes da Revolução Francesa que em matéria econômica eram liberais, mesmo os montanheses.

No início de 1794, debelada a revolta da Vendéia e afastado o perigo de invasão da França pela coligação das monarquias européias, o Terror voltou-se contra as facções existentes entre os próprios montanheses. Assim, foram conduzidos à guilhotina o moderado Danton e seus seguidores, os radicais chefiados por Hébert, permanecendo o grupo ligado a Robespierre. Apoiado por Saint Just e por Couthon, Robespierre procurou redistribuir as propriedades e criar uma nova religião, o culto ao "Ser Supremo". À frente da Convenção, Robespierre não hesitou em utilizar-se do Terror e da Ditadura para ganhar a guerra externa e vencer os inimigos internos da Revolução Francesa.

O governo montanhês adotou medidas que favoreciam à população, como a lei do preço máximo, que tabelava vários produtos, e a abolição da escravidão nas colônias. Também preocupou-se em acabar com a supremacia do religião católica .

O problema de brigas entre os revolucionários foi resolvido por Robespierre de uma maneira bem prática: ele ordenou a execução de ambos líderes, tanto o radical, Hébert, como o indulgente, Danton. A execução de Danton, de Hébert e de milhares de outros fizeram com que Robespierre perdesse o apoio dos sans-culottes e de grande parte dos deputados da Convenção, descontentes com a radicalização de sua política. numa rápida manobra, os deputados da planície, derrubaram Robespierre e seus seguidores, executando-os no dia seguinte.

O diretório:

Foi caracterizado pela supremacia girondina, que sofreu com ameaças dos países europeus, da oposição dos jacobinos, à esquerda, e dos realistas. Em 1796,o jornalista Graco Babeuf organizou a "Conspiração dos Iguais" pretendendo criar uma República igualitária, extinguindo a propriedade individual, mas foi preso e fuzilado. Do ponto de vista econômico, a França encontrava-se em estado calamitoso: inflação alta, portos e estradas destruídos, serviço público desorganizado e indústrias arruinadas.
No plano externo, formou-se a 2a. Coligação contra a França (Inglaterra, Áustria, Rússia, Sardenha, reino de Nápoles e Turquia). O Diretório passou a depender cada vez mais de seu exército, onde se desta cava um jovem e ambicioso general- Napoleão Bonaparte - já testado nas guerras do "governo revolucionário".
Mais tarde, os girondinos desfecharam um golpe contra o Diretório, com Bonaparte à frente, no chamado golpe do18 brumário. Seguiu-se a formação de uma nova forma de governo, o Consulado, constituído por três representantes, mas com o poder concentrado nas mãos de Napoleão.

Conclusão:

No final da Revolução Francesa, nota-se uma mudança no ponto de vista dos nobres e representantes do clero. Os franceses mais pobres passaram por situações tristes e apavorantes, mas buscaram seus direitos e conseguiram serem vistos como quem realmente eram: pessoas como quaisquer outras, que mereciam o devido respeito e direitos dados pelas leis nacionais.






Queda da Bastilha e o fim do regime absolutista

A Bastilha é uma fortaleza parisiense que foi usada como prisão estatal na França durante os séculos 17 e 18. Mantinha principalmente prisioneiros políticos que contestavam o poder absoluto do rei. Os franceses celebram a queda da Bastilha, ocorrida em 14 de julho de 1789, como um marco da Revolução Francesa, que levou ao fim do regime absolutista.
Franceses comemoram o dia da queda da bastilha, em Paris
Entre os séculos 15 e 18, o absolutismo foi o sistema político e social que vigorou na maior parte da Europa. Também denominado Antigo Regime, consistia na centralização do poder político nas mãos do monarca. Todas as esferas da vida nacional, da cobrança de impostos à declaração de guerra, dependia de decisões unilaterais do rei. Além dele, apenas a nobreza, detentora de terras, gozava de algum poder e prestígio social. O sistema gerou muitos protestos de outras classes, principalmente da burguesia.
A Burguesia
Os burgueses enriqueciam por meio de atividades como o comércio e a indústria. Embora estivessem acumulando crescente poder econômico, não tinham o poder político, por causa do absolutismo. Com o tempo, as arbitrariedades do rei e a insatisfação provocaram a eclosão de protestos.
Durante a segunda metade do século 18, a França atravessou diversas crises. Era um país endividado, entre outros motivos, por causa da derrota para Inglaterra na Guerra dos Sete Anos (1756-1763) e a conseqüente perda de colônias e mercados. A situação levou o rei a aumentar os impostos, provocando ainda mais insatisfação popular. No final da década de 1780, o país teve péssimas colheitas e enfrentou invernos rigorosos, o que aumentou o preço dos produtos alimentícios. O povo temia a fome e, manipulado pela burguesia, passou a participar dos protestos por maior participação política.
Type the text here Em maio de 1788, o rei convocou os Estados-Gerais para tentar debelar a crise. Os Estados-Gerais represetavam os segmentos da sociedade francesa. O primeiro Estado era composto pela nobreza, o segundo pelo Clero, e o terceiro pelo povo, formado pela burguesia, por trabalhadores urbanos e por camponeses. A votação era feita por Estado, o que facilitava as coisas para a nobreza. Aliando-se ao Clero (uma instituição historicamente conservadora), ela conseguia fazer 2x1 e impedir que as mudanças propostas pelo terceiro Estado fossem adotadas.
A Revolução

O povo e a burguesia exigiam que a votação não fosse mais por Estado, mas por cabeça, o que foi negado pelo rei. Revoltas eclodiram em todo o país. Os produtos alimentícios começaram a faltar. O terceiro Estado deixou de participar dos Estados-Gerais e converteu-se em uma Assembléia Nacional Constituinte. O rei Luís 16 cedeu e aceitou ter seus poderes limitados por uma Constituição. Mas em 1789 as perseguições políticas, o agravamento da crise econômica e a concentração de tropas em Paris causaram na população o "Grande Medo" do Estado. Todos temiam que o absolutismo voltasse.

Foi um passo para a mobilização popular que, em 14 de julho de 1789, tomou a Bastilha, onde eram mantidos os presos políticos. Era a própria Revolução. Na Bastilha, estavam apenas sete prisioneiros, mas ela era vista como símbolo do despotismo e onde, acreditava-se, eram guardadas armas e munição. Foi atacada por multidões, incluindo amotinados da Guarda Francesa. O comandante, De Launay, rendeu-se. Mas ele e seus homens foram mortos e a fortaleza, demolida.
Revoltas e saques contra o Clero e a Nobreza sacudiram o país. Temendo por suas vidas, os nobres aboliram os direitos feudais, aliviando a situação dos camponeses (que pagavam pesados impostos). Em agosto, era lançada a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Faltava apenas a participação de trabalhadores e camponeses no poder político. Mas, embora tenha sido beneficiada pela revolta deles, a burguesia não se mostrou disposta a dividir o poder político.
Ainda sofrendo privações, e não vendo atendidas suas demandas, as camadas mais pobres da população radicalizaram a Revolução, na fase da Convenção e do Terror. Mas essa é uma outra história.
Golpe do 18 Brumário
Há exatamente 200 anos, o general Napoleão Bonaparte chegava ao poder na França, através de um golpe de Estado, assumindo o comando da França revolucionária.

O famoso golpe do 18 Brumário foi articulado por setores da alta burguesia - os girondinos - junto ao exército, para por fim a instabilidade política reinante no país.

Desde 1794, após a derrubada de Robespierre, a burguesia havia retomado o controle da revolução, no entanto o novo governo - o Diretório - enfrentava sucessivas revoltas internas, organizadas por grupos populares de tendência jacobina, assim como a ameaça externa, representada principalmente pela Áustria.

Essa situação não representava apenas uma ameaça ao poder da burguesia, mas principalmente às suas conquistas sociais e econômicas.

Os movimentos populares representavam uma ameaça direta aos privilégios burgueses, enquanto que a Áustria pretendia promover a restauração da velha ordem monarquista. Foi nesse contexto que desenvolveu-se o golpe: através da ação do exército, a burguesia buscou estabelecer no país um governo estável, forte, que eliminasse a possibilidade de participação política da plebe de Paris e de seus líderes ?radicais?. Somente um governo militarizado poderia garantir as conquistas burguesas da revolução.

Napoleão Bonaparte, líder do golpe, governaria a França por cerca de 15 anos, com um poder cada vez mais centralizado.

Fonte:http://www.coladaweb.com/historia/revolucao-francesa
http://www.coladaweb.com/historia/queda-da-bastilha-e-o-fim-do-regime-absolutista
http://www.coladaweb.com/historia/18-brumario


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