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Os danos causados pelo álcool na memória e cerébro a longo prazo
Homens costumam consumir grandes quantidades de álcool habitualmente, alguns bebem até mais de dois litros de cerveja todos os dias, segundo um novo estudo, quem possui esse tipo de hábito corre risco de começar a ter o tipo de lapsos de memória, que são comumente associados ao envelhecimento, até seis anos mais cedo do que o normal. O efeito a longo prazo do álcool sobre o cérebro não tem sido extensivamente estudado.
A maioria dos estudos têm focado em pessoas idosas, que normalmente pararam ou reduziram consideravelmente seu consumo de bebidas alcoólicas. O artigo feito pelos cientistas da University College London foi publicado na revista Neurology, e tem seu foco nos hábitos de consumo de um grande grupo de homens e mulheres de meia-idade e seu desempenho em testes de funções cognitivas, e em como eles pensam e se lembram das coisas 10 anos depois. O estudo mostra que o consumo excessivo ? pelo menos nos homens ? conduz à uma deterioração significativa, a longo prazo. As mulheres acompanhadas no estudo não consumiram álcool o suficiente para que os cientistas obtivessem os mesmo resultados.
Consumo excessivo de álcool e os danos à memória e funções cognitivas
Os pesquisadores, liderados por Séverine Sabia do departamento de epidemiologia e saúde pública, analisaram os dados que foram gerados pelo estudo Whitehall II, onde um grupo enorme de funcionários públicos teve a saúde investigada ao longo de muitos anos. Eles se concentraram em mais de 5.000 homens e 2.000 mulheres que tinham entre 45-69 no início do estudo. Seus hábitos de consumo foram avaliados três vezes em mais de uma década. Eles passaram por testes de memória e função executiva em três ocasiões. O funcionamento executivo inclui raciocínio, flexibilidade de tarefas e capacidade de resolver problemas.
Foram definidos como homens que bebem muito, no estudo aqueles que consumiram mais de 36 g de álcool por dia, esses começaram a sofrer falhas de memória e deterioração em seus processos cognitivos entre 18 meses e seis anos antes do que aqueles que beberam menos. Os ?bebedores leves? e os moderados não mostraram declínios. De acordo com a equipe as pessoas neste estudo não possuem demência, mas o declínio da memória pode ser um precursor para tal condição, e compreender os fatores de risco para esse declínio pode ser importante para prevenir a doença.
Segundo os pesquisadores, este grande estudo produziu resultados úteis, embora não esteja claro até que ponto os resultados deste grupo de funcionários públicos possam ser generalizados para a população em geral.De qualquer maneira, é fundamental continuar investindo na pesquisa, se quisermos entender como manter nosso cérebro saudável à medida que envelhecemos e prevenir as doenças que causam demência. Nesse meio tempo, a melhor evidência sugere que, além de não beber em excesso, podemos diminuir o risco de demência por comer uma dieta saudável e equilibrada, mantendo um olho em nossa pressão arterial e peso, e fazer exercícios regularmente.
Referências e bibliografia
- Séverine Sabia, Alexis Elbaz, Annie Britton. ?Alcohol consumption and cognitive decline in early old age?. Neurology. 15 de Janeiro de 2014 DOI: 10.1212/WNL.0000000000000063
- Gareth Hagger-Johnson, Séverine Sabia, Eric John Brunner, Martin Shipley, Martin Bobak, Michael Marmot, Mika Kivimaki, and Archana Singh-Manoux. ?Combined impact of smoking and heavy alcohol use on cognitive decline in early old age: Whitehall II prospective cohort study?.British Journal of Psychiatry, 11 de Julho de 2013 DOI:10.1192/bjp.bp.112.122960
- Lopes et al. ?Prevalence of Alcohol-Related Problems in an Elderly Population and Their Association With Cognitive Impairment and Dementia?. Alcoholism Clinical and Experimental Research, 2010; DOI: 10.1111/j.1530-0277.2009.01142.x
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