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José de Alencar - biografia e obras
José Martiniano de Alencar nasceu em Mecejana (Ceará). Nasceu, como seu próprio pai considerava, da "união ilícita e particular" do padre José Martiniano de Alencar com a prima Ana Josefina de Alencar. Nessa época, o padre Alencar era deputado influente, que já estivera envolvido em diversas lutas liberais.
O Alencar pai foi eleito senador e a família mudou-se para o Rio de Janeiro para, alguns anos deposi, regressar ao Ceará. Pouco mais tarde, eleito novamente senador, o político Alencar, já não mais padre, voltou definitivamente ao Rio de Janeiro, onde fez seus estudos elementares. O contato com o meio político certamente seria responsável pela atuação do futuro escritor como deputado, depois da morte do pai.
Alencar foi para Sã Paulo para para cursar a famosa faculdade de Direito. Na escola de direito discutia-se tudo, principalmente literatura.Era o tempo do Romantismo, que tornou-se o estilo artístico predominante, mais um "estilo de vida": boêmia, regada a farras e muitas bebidas. Introvertido, quase tímido, o jovem Alencar não se adaptaria às rodas boêmias tão frequentadas por outro companheiro que ficaria famoso; Álvares de Azevedo. Metido em leituras, preparava sua sólida carreira. Seu trabalho literário resultou de muita disciplina e estudo.
Formado em 1850, foi para o Rio de Janeiro trabalhar num escritório de advocacia, profissão que jamais abandonou. Os primeiros sintomas da tuberculose que atormentaria o escritor por mais de trinta anos já tinha surgido. Estreou como jornalista no Correio Mercantil, do qual se desligou pouco depois de ter um artigo censurado pela direção do jornal. Começaria nova empreitada comprando, junto com alguns amigos, o Diário do Rio de Janeiro, jornal influente na época. Nesse período estreou com o romance em folhetim Cinco Minutos. Sucederam-se vários romances até a estreia no teatro: a peça As asas de uma anjo, de um Alencar já bastante conhecido, foi censurada três dias após a estreia. Segundo a censura, era uma peça imoral, pois tratava da história de uma prostituta.
No mesmo jornal, Alencar travou uma célebre polêmica com o imperador d. Pedro II. Nessa polêmica, o escritor expôs o que considerava como o assunto mais importante de uma verdadeira literatura brasileira: o indianismo, que seria tema de três romances de sua autoria: Iracema, Ubirajara e O Guarani
desiludido como uma primeira paixão não correspondida por uma senhorita da alta sociedade carioca, Alencar se casaria aos 35 anos com Georgiana Cochrane. Nesta altura, José de Alencar já estava metido em política. Deputado mais de uma vez, nomeado Ministro da Justiça, nunca chegou ao Senado; o imperador vetou sua indicação. Este fato marcaria para sempre o escritor, que inúmeras vezes revelou ter-se sentido injustiçado. Não perdoou jamais o imperador, como se vê sobretudo nas suas Cartas políticas a Erasmo, em que criticava a corrupção e a decadência do império.
Em 1876, fez uma viagem à Europa, buscando tratamento para sua saúde precária. De volta ao Brasil, morreu no Rio de Janeiro em 12 de dezembro de 1877, aos 48 anos, deixando seis filhos, inclusive Mário de Alencar, que seguiria a carreira de letras do pai e sem terminar o romance Exhomem, em que criticava o celibato clerical.
Principais obras de José de Alencar
Suas principais obras são:
I Romances urbanos:
- Cinco minutos (1857);
- A viuvinha (1860);
- Lucíola (1862);
- Diva (1864);
- A pata da gazela (1870);
- Sonhos d?ouro (1872);
- Senhora (1875);
- Encarnação (1893, póstumo).
II Romances históricos e/ou indianistas:
- O Guarani (1857);
- Iracema (1865);
- As minas de prata (1865);
- Alfarrábios (1873);
- Ubirajara (1874);
- Guerra dos mascates (1873).
III Romances regionalistas:
- O gaúcho (1870);
- O tronco do ipê (1871);
- Til (1872);
- O sertanejo (1875).
Teatro
O crédito, 1857
Verso e reverso, 1857
O Demônio Familiar, 1857
As asas de um anjo, 1858
Mãe, 1860
A expiação, 1867
O jesuíta, 1875
Crônica
Ao correr da pena, 1874
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