Apesar de muitos representantes desse grupo serem conhecidos faz muito tempo sempre se havia pensado que eram bactérias e como tais estavam classificados. Vistos ao microscópio não mostram muitas diferenças com as bactérias clássicas, e considerando além disso a extrema dificuldade que representa cultivá-los em laboratório, é fácil entender porque foi tão demorado reconhecer suas características especiais e aceitar que representam um grupo totalmente independente de bactérias.
O Domínio Archae é portanto, um conceito moderno e foi reconhecido há pouco tempo como um grupo independente e importante de seres vivos, e como já foi falado, isso se deveu sobretudo aos trabalhos do citado Dr. Carl Whoose da Universidade Illinois.
Para ilustrar o que Carl e sua equipe estavam tentando expor, observemos a árvore filogenética abaixo:
Note que Archaea não está em posição de originar Bactéria Todos derivam de um mesmo ancestral comum, representado pela cor amarela. Muitos estudos concluíram que as Archaea tem características sim de Eukarya e também de Bactéria porém não deixam de ter características únicas, peculiares. Por isso estão em grupo separado dos demais e atualmente recebem esta nomenclatura apenas. Algo que ainda não foi totalmente esclarecido acerca deste domínio, é o motivo de serem extremófilas (e como suportam?), ou seja, viverem em condições adversas extremas (altíssimas temperaturas, salinidade extrema, pH, entre outros meios).
Sempre tentando ?arrumar? a classificação, os cientistas subdividiram este domíno em cinco filos: Crenarchaeota, Thaumarchaeota, Nanoarcheota, Euryarchaeota e Korarchaeota.
Os Archaea são possivelmente os organismos mais antigos da face da Terra e apareceu por volta de 4 bilhões de anos, no momento da origem da vida no nosso planeta. Pensemos desta perspectiva que os Archaes evoluíram sob as condições da Terra primitiva (temperaturas altas, atmosfera anaérobica, salinidade alta) e estas condições seguem sendo, até hoje, seus habitats prediletos.
Características dos Archae
Fenotipicamente, os Archae são muito parecidos com as bactérias. A maioria são muito pequenos 0,1 micrômetros (?m) até 15 ?m de diâmetro e são em forma de bastões, coco e espirilos. Geralmente se reproduzem por fissão, como a maioria das bactérias. A organização global da membrana celular é similar a encontrada em bactérias e Eucariotas.
Os Archae possuem parede celular igual aos Eucariotas não contendo ácido murâmico e D-aminoácidos. Algumas espécies em particular podem conter pseudopeptidoglicano (pseudomureina), polisacárideo, glicoproteína o proteína em suas paredes celulares, enquanto as paredes celulares dos eucariotas se baseiam em celulose ou quitina.
No entanto, as membranas plasmáticas dos Archaea são formadas de lípidos ramificados que se unem ao glicerol por meio de enlaces de éter. Os lípidos enlaçados por éter são comuns a todos os Archaea. Glicerol diéter y diglicerol tetra éter são os tipos mais importantes de lípidos presentes na membrana da célula. Isso é muito diferente nos eucariotas y em outros procariotas nos quais os ácidos graxos das cadeias se unem ao glicerol por enlaces de éster. Se supõe que esta singularidade da membrana plasmática os ajuda a adaptar-se aos ambientes extremos nos quais eles gostam de viver incluindo aqueles que aparecem em altas temperaturas, elevada salinidade.