Bomba Atômica coreana
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Bomba Atômica coreana




Mais uma Bomba Atômica


                                                                                   Pio Penna Filho



O regime norte-coreano detonou mais um artefato nuclear, despertando preocupação em vários países do mundo, sobretudo nos Estados Unidos, na Coreia do Sul e no Japão. Segundo consta, esse foi o terceiro teste nuclear da República Democrática Popular da Coreia do Norte, pomposo nome oficial do país.
Com essa atitude os norte-coreanos desafiam novamente os Estados Unidos e o regime internacional de não-proliferação nuclear. É uma prova contundente que o governo da Coreia do Norte não aceita as regras de não-proliferação e segue bem ativo com o seu programa nuclear, devidamente complementado pelo desenvolvimento de foguetes com capacidade para transportar ogivas nucleares.
O programa nuclear da Coreia do Norte é visto por muitos como uma ameaça à segurança regional e internacional e o país vem experimentando, já há alguns anos, sanções econômicas e comerciais impostas pelas Nações Unidas e também pelos Estados Unidos (os norte-americanos aplicam sanções extras, de acordo com sua própria política externa).
Mas, aparentemente, o único grande efeito das sanções internacionais contra o regime norte-coreano recai sobre a população do país, ou seja, elas estão se mostrando ineficazes para fazer o governo mudar a sua política nuclear.
Se observarmos com mais atenção a geopolítica asiática, torna-se até compreensível a busca do governo norte-coreano para desenvolver uma capacidade nuclear dissuasória. Na Ásia existem 4 potências nucleares (China, Índia, Paquistão e Rússia), sem contar a forte presença militar norte-americana na Coreia do Sul e o destacado apoio concedido por Washington ao Japão e a Taiwan.
Aliás, vale lembrar que tecnicamente a Coreia do Norte ainda está em guerra com a Coreia do Sul e que os Estados Unidos são vistos a partir de Pyongyang como o grande inimigo da nação. É possível, inclusive, traçar um paralelo entre as divergências que envolvem as relações entre os Estados Unidos e o Irã e os Estados Unidos e a Coreia do Norte embora, naturalmente, existam diferenças.
Não é possível, e não será possível conter a proliferação nuclear se as grandes potências nucleares (Estados Unidos, Rússia, França, Inglaterra e China, principalmente) não se engajarem num programa sincero de banimento ou redução de seus exagerados estoques de armas de destruição em massa.
Um mundo sem armas nucleares não significa, necessariamente, um mundo sem guerras. Entretanto, a existência e o monopólio por um pequeno grupo de países desse tipo de armas é fonte de instabilidade permanente. Isso é ainda mais visível em contextos regionais, quando um país se sente constrangido pela existência de uma potência nuclear vizinha ou pela pressão exercida pelos interesses de uma grande potência.
Muito dificilmente a Coreia do Norte abrirá mão do seu programa nuclear, a não ser que o regime caia ou que ocorra a reunificação com a Coreia do Sul, dois cenários aparentemente improváveis no curto prazo. Consolida-se, assim, gradativamente, a Coreia do Norte como o nono país a possuir as terríveis armas nucleares.

 



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Professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB) e Pesquisador do CNPq. E-mail: [email protected]







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