Revoluções Inglesas do Século XVII
Vestibular

Revoluções Inglesas do Século XVII



A partir do século XVII, a burguesia européia passou a comandar movimentos radicais que buscavam superar as últimas bases do feudalismo e construir um novo modelo de Estado e uma nova sociedade ? a capitalista. Esses movimentos ficaram conhecidos como Revoluções Burguesas. Os dois principais exemplos de Revoluções Burguesas são a Inglesa (século XVII) e a Francesa (século XVIII). O avanço das forças capitalistas na Inglaterra, as limitações político-econômicas impostas à burguesia, a associação de interesses entre a burguesia e a nova nobreza (gentry), além do absolutismo dos reis Stuart, representam algumas razões que propiciaram a eclosão das Revoluções Inglesas do século XVII. 

A Revolução (ou revoluções) Inglesa do século XVII se deu entre 1640 e 1688 e marca o fim do regime absolutista na Inglaterra ? que foi o primeiro grande país europeu a por fim à monarquia absoluta. Não à toa, foi também o primeiro país industrializado do mundo e a maior potência do século XIX. Vejamos através do desenvolvimento do país desde o fim da Idade Média porque isso ocorreu primeiramente na Grã-Bretanha. 

Os antecedentes 
  • A Magna Carta e o parlamento - Desde a Baixa Idade Média, a nobreza britânica não aceitava facilmente a centralização do poder nas mãos da Coroa. Através da Magna Carta de 1215, os nobres ingleses exigiram a criação de um parlamento ? que no século XIV seria dividido entre Câmara dos Lordes e Câmara dos Comuns ? para limitar o poder real. 
  • O cercamento dos campos - A partir do século XIV, a Inglaterra passou a ser um grande criadouro de ovelhas para exportação de lã para a Holanda. Para potencializar esse comércio, expulsaram-se os camponeses de suas terras e 
  • transformaram-se antigas propriedades coletivas em privadas (pertencentes aos nobres), formando os chamados cercamentos dos campos - enclousures. Os camponeses sem terra passam a trabalhar por salários ou a arrendar terras dos novos proprietários. É importante ressaltar a violência dessa política que gerou inúmeras revoltas no campo e a dura repressão do Estado sobre as mesmas. 
  • As manufaturas - Aos poucos se desenvolveram também nessas áreas rurais diversas manufaturas de lã e, em menor escala, de outros produtos. A mão-de-obra "desocupada" dos camponeses expropriados de suas terras foi largamente utilizada nessas manufaturas, existindo, inclusive, leis que obrigavam esses indivíduos a trabalhar em regime de semi-escravidão. 
  • A Guerra das Duas Rosas e o absolutismo ? Foi uma guerra civil, travada entre 1453-1485, pela disputa do trono inglês entre duas casas reais: a de Lancaster, cujo brasão tem uma rosa vermelha, e a de York, que tem como símbolo uma rosa branca. Ao final da guerra, a nobreza estava enfraquecida e Henrique Tudor assumiu o trono inglês com o nome de Henrique VII, o novo rei deu início a dinastia Tudor (1485-1603) e implantou o absolutismo na Inglaterra. 
  • A questão religiosa - As tensões sociais e a situação da monarquia inglesa se agravaram quando, em 1603, a dinastia Stuart chegou ao poder. De forte tradição católica e empenhada em reforçar as bases do regime absolutista, a família Stuart acabou alimentando disputas de caráter econômico e religioso. Desse modo, as questões religiosas entre católicos e protestantes se intensificaram dando início às disputas entre o Parlamento (defensor de uma política liberal e composto majoritariamente por burgueses protestantes) e os reis da Dinastia Stuart (católicos conservadores que procuravam ampliar seu poder político). O autoritarismo dos Stuart contribuiu para que novos conflitos surgissem na Inglaterra. Diante de tal situação, o parlamento (não conseguindo empreender reformas que acabassem com os conflitos religiosos e minimizar o problemas econômicos) buscou o apoio popular para travar uma guerra civil que marcou as primeiras etapas do processo revolucionário inglês. 
As Revoluções inglesas 
A Revolução puritana (1642-49) - A Inglaterra foi o primeiro país a promover uma revolução burguesa. No início do século XVII, a burguesia opôs-se aos reis da dinastia Stuart devido à tentativa de legitimação do absolutismo real, as perseguições religiosas e ao controle da economia. O reinado de Carlos I (1625-49) foi de forte perseguição aos puritanos e concentração do poder real. A Revolução Puritana consiste, desse modo, no confronto entre o Parlamento (dominado pela burguesia puritana e pela gentry - a nova nobreza) e o rei Carlos I, esse último, apoiado pelos cavaleiros. A guerra civil, iniciada em 1642, e as divergências entre o exército e alguns setores do Parlamento culminaram na proclamação da República em 1649. 

Protetorado (ou República) de Cromwell (1649-1658) - A curta fase republicana da Inglaterra consiste numa ditadura controlada pelo líder do exército, Oliver Cromwell. Durante a República, Cromwell baixou os Atos de Navegação, que nada mais eram do que a instituição de práticas mercantilistas que favoreceram a indústria naval e o comércio marítimo inglês, atingindo diretamente a Holanda e a Espanha. Além disso, no governo de Cromwell colonizou-se a Jamaica e incentivou-se a marinha mercante, dando grande força ao comércio britânico. 

A restauração monárquica (1660-1688) e a Revolução Gloriosa (1688-1689) - Com a morte de Cromwell, Em 1659, a monarquia foi restaurada a "convite" do Parlamento que conduziu ao trono o rei Carlos II. Inicialmente, o governo de Carlos II expandiu as atividades comerciais e industriais inglesas, no entanto, as velhas rixas entre o rei e o Parlamento reapareceram. Em 1685, com a morte de Carlos II, assumiu o trono seu irmão Jaime II. Católico, Jaime tentou ampliar seus poderes e beneficiar a população católica da Inglaterra. Organizando um golpe contra o rei, em 1688, o parlamento convocou sua filha Maria Stuart com o intuito de fazer ascender ao trono inglês seu marido, Guilherme de Orange, governador das Províncias Unidas (Holanda). Encurralado, o rei Jaime II buscou refúgio na França. 

Sem recorrer à violência, tal transformação política passou a ser chamada Revolução Gloriosa. O novo rei teve que reconhecer diante do parlamento o Ato de Tolerância (Toleration Act) e a Declaração dos Direitos (Bill of Rights). De acordo com a Declaração dos Direitos, as eleições parlamentares aconteceriam regularmente e nenhuma lei parlamentar poderia mais ser vetada pela autoridade real. Definia-se assim a supremacia do Parlamento sobre o poder real, acabava-se com o absolutismo inglês e lançava-se a base da monarquia parlamentar. 

Disponível em Vetor Pré-vestibular




- Exercícos Independência Dos Eua
1. Sobre a Independência dos Estados Unidos da América afirma-se que : I - A origem do movimento da independência deve ser encontrada no desenvolvimento uniforme das 13 Colônias Inglesas. II- Os colonos sentiram-se muito prejudicados pela proibição...

- A Independência Dos Estados Unidos
Ao quebrar a unidade do sistema colonial, a Independência dos Estados Unidos contribuiu fortemente para o desmoronamento do Antigo Regime.  Vivendo em pequenas propriedades, nas Treze Colônias americanas, nas últimas...

- A Revolução Industrial
Por Aldilene Marinho César Chamamos de Revolução Industrial um conjunto de transformações técnicas e econômicas no modo de fabricação dos produtos consumidos pelo homem, tendo como principais características,...

- Questões De Vestibular Sobre O Absolutismo E Mercantilismo
Artigo com resumo sobre o Absolutismo e Mercantilismo na Europa com questões para um melhor aprendizado. Conceitos Gerais - AbsolutismoO Absolutismo foi uma forma de governo existente na Europa durante a época moderna (entre os séculos XVI e XVIII)....

- A Formação Dos Estados Modernos - Resumo (com Questões)
A formação dos Estados Modernos O processo histórico levou ao surgimento do Estado Moderno, que se formou em oposição a duas forças características da Idade Média;O regionalismo dos feudos e das cidades, este gerava a fragmentação político-administrativo.O...



Vestibular








.