Coronelismo no Brasil resumo
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Coronelismo no Brasil resumo


Coronelismo 

O termo coronel no período republicano significava chefe político de um determinado local que geralmente era dono de terras ou comerciante. Da forma com que prestavam serviços ao Poder Executivo os coronéis ganhavam prestígio e força.

O coronelismo foi um período de práticas autoritárias e violentas comandadas pelos coronéis, fato que ocorreu até aproximadamente 1960. Os coronéis controlavam as pessoas da região e as obrigava a realizar fatos e tomar decisões segundo sua vontade. Aproveitavam o fato de que as pessoas eram desinformadas e pouco educadas para motivá-las a fazer segundo o que lhes era proposto. Os coronéis conseguiam formar regimes e tributos em sua região assim como estipular impostos e promover a candidatura de seu elegido. Como possuíam grande quantidade de colonos em suas terras e havia respeito seguido de ?medo? por grande parte da população rural da região, os coronéis abusavam do seu prestígio para manipular as pessoas e até obrigá-las sob forma brutal a fazer sua vontade.

Este cenário começou a mudar quando as famílias começaram a migrar para os centros urbanos, o que lhes proporcionou acesso à educação, aos direitos que possuíam e aos meios de comunicação. Por causa dessa migração, os coronéis começaram a impor seus desejos através da força e da ameaça, as famílias obedeciam ao seu desejo com medo da violência que poderiam sofrer e temiam que o seu sustento fosse tomado.

Vejamos agora de forma resumidas as principais características do coronelismo.

Características do coronelismo

- Voto de Cabresto: na República Velha, o sistema eleitoral era muito frágil e fácil de ser manipulado. Os coronéis compravam votos para seus candidatos ou trocavam votos por bens matérias (pares de sapatos, óculos, alimentos, etc). Como o voto era aberto, os coronéis mandavam capangas para os locais de votação, com objetivo de intimidar os eleitores e ganhar votos. As regiões controladas politicamente pelos coronéis eram conhecidas como currais eleitorais.

- Fraude eleitoral: os coronéis costumam alterar votos, sumir com urnas e até mesmo patrocinavam a prática do voto fantasma. Este último consistia na falsificação de documentos para que pessoas pudessem votar várias vezes ou até mesmo utilizar o nome de falecidos nas votações. 

- Política do café-com-leite: no começo do século XX, os estados de São Paulo e Minas Gerais eram os mais ricos da nação. Enquanto o primeiro lucrava muito com a produção e exportação de café, o segundo gerava riqueza com a produção de leite e derivados. Os políticos destes estados faziam acordos para perpetuarem-se no poder central. Muitos presidentes da República, neste período, foram paulistas e mineiros.

- Política dos Governadores: os governadores dos estados e o presidente da República faziam acordos políticos, na base da troca de favores, para governarem de forma tranqüila. Os governadores não faziam oposição ao governo central e ganhavam , em troca deste apoio, liberação de verbas federais. Esta prática foi criada pelo presidente Campos Sales (1898-1902) e fortaleceu o poder dos coronéis em seus estados.

Fim do coronelismo

Com a Revolução de 1930 e a chegada de Getúlio Vargas à presidência da República, o coronelismo perdeu força e deixou de existir em várias regiões do Brasil. Apesar disso, algumas práticas do coronelismo, como, por exemplo, a compra de votos e fraudes eleitorais continuou existindo, por muito tempo, em algumas regiões.

Exercícios sobre o coronelismo no Brasil

1) A charge representa de modo irônico a prática do voto durante a Primeira República no Brasil (1889-1930).


Com base nas informações contidas no documento e no seu conhecimento sobre o assunto, ASSINALE a única opção que NÃO apresenta uma característica correta.

a) A Constituição de 1891 estabeleceu o voto direto, sendo considerados eleitores os cidadãos brasileiros maiores de 21 anos, excluídos os analfabetos, as mulheres, os praças militares e os membros das ordens religiosas.
b) A instituição do voto secreto e obrigatório contribuía para que a maioria dos eleitores ficasse sujeita à pressão dos chefes políticos.
c) Embora a fraude eleitoral fosse uma prática comum à época, as eleições cumpriam um papel estratégico, abrindo brechas no interior do jogo de poder oligárquico e implicando uma série de procedimentos de negociação entre as elites e o eleitorado.
d) A expressão ?eleições a bico de pena? identificava um dos mais graves problemas do sistema eleitoral da Primeira República: a falsificação das atas eleitorais, alterando o número de votantes.
e) No nível municipal, o coronel era o senhor dos chamados ?currais eleitorais?, arregimentando os eleitores ?de cabresto?, como o ?Zé Burro? da ilustração.

2) Completamente analfabeto, ou quase, sem assistência médica, não lendo jornais, nem revistas, nas quais se limita a ver as figuras, o trabalhador rural, a não ser em casos esporádicos, tem o patrão na conta de benfeitor. No plano político, ele luta com o ?coronel? e pelo ?coronel?. Aí estão os votos de cabresto, que resultam, em grande parte, da nossa organização econômica rural.
(LEAL, V. N. Coronelismo, enxada e voto. São Paulo: Alfa-Ômega, 1976 (adaptado)

O coronelismo, fenômeno político da Primeira República (1889-1930), tinha como uma de suas principais características o controle do voto, o que limitava, portanto, o exercício da cidadania. Nesse período, esta prática estava vinculada a uma estrutura social

a)  igualitária, com um nível satisfatório de distribuição da renda.
b) estagnada, com uma relativa harmonia entre as classes.
c) tradicional, com a manutenção da escravidão nos engenhos como forma produtiva típica.
d) ditatorial, perturbada por um constante clima de opressão mantido pelo exército e polícia.
e) agrária, marcada pela concentração da terra e do poder político local e regional.

3) Clientelismo e política de favores são características da vida política brasileira na República Velha, e ligam-se ao fenômeno:

a) coronelismo;
b) caudilhismo;
c) federalismo;
d) populismo;
e) messianismo.

4) Durante a República Velha (1889 -1930), desenvolveu-se a chamada "política dos governadores", cujas características eram:

a) a articulação do coronelismo à política nacional, através da ideologia do favor, assegurando a hegemonia das oligarquias paulistas e mineiras sobre o poder central;
b) a organização constitucional republicana em função do predomínio dos interesses agroexportadores do café, representados por São Paulo;
c) a representação majoritária dos Estados, cujos governadores eram solidários com o poder central, tanto no Senado quanto na direção dos órgãos federais;
d) a participação de todos os governadores estaduais na definição da política externa do país e a garantia da União aos empréstimos externos dos Estados;
e) a distribuição dos recursos federais entre os municípios, segundo a influência dos coronéis, favoráveis aos respectivos governadores estaduais.

5) (UNICAMP - 2011) A denominação de república oligárquica é frequentemente atribuída aos primeiros 40 anos da República no Brasil. Coronelismo, oligarquia e política dos governadores fazem parte do vocabulário político necessário ao entendimento desse período.

(Adaptado de Maria Efigênia Lage de Resende, ?O processo político na Primeira República e o liberalismo oligárquico?, em Jorge Ferreira e Lucilia de Almeida Neves Delgado (orgs.), O tempo do liberalismo excludente ? da Proclamação da República à Revolução de 1930. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006, p. 91.)

Relacionando os termos do enunciado, a chamada ?república oligárquica? pode ser explicada da seguinte maneira:

 a) Os governadores representavam as oligarquias estaduais e controlavam as eleições, realizadas com voto aberto. Isso sustentava a República da Espada, na qual vários coronéis governaram o país, retribuindo o apoio político dos governadores.
 b) Diante das revoltas populares do período, que ameaçavam as oligarquias estaduais, os governadores se aliaram aos coronéis, para que chefiassem as expedições militares contra as revoltas, garantindo a ordem, em troca de maior poder político.
 c) As oligarquias estaduais se aliavam aos coronéis, que detinham o poder político nos municípios, e estes fraudavam as eleições. Assim, os governadores elegiam candidatos que apoiariam o presidente da República, e este retribuía com recursos aos estados.
 d) Os governadores excluídos da política do ?café com leite? se aliaram às oligarquias nordestinas, a fim de superar São Paulo e Minas Gerais. Essas alianças favoreceram uma série de revoltas chefiadas por coronéis, que comandavam bandos de jagunços.


Gabarito:

1) B    2) E    3) A     4) A    5) C




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